domingo, 15 de agosto de 2010

Em homenagem aos nossos dias de chuva


Me olho nos olhos e nestes últimos dias parece que há muita água para verter por estas janelas.
Me dou conta disso agora, num olhar despretencioso lançado a mim mesma.
O mais engraçado é que, ao pensar nisso, uma chuva, indecisa entre molhar ou sugerir, cai, e eu observo pela janela fechada.
Te escuto cantando e lembro da noite em que a tempestade e meu dilúvio se fundiram. inundando cidades, causando destruição, pondo abaixo o que era sólido e o que já era ruínas mas resistia a tombar.
Que força é essa? Que naturezas dialogam com tamanha integração?
(Em 11 de agosto - uma manhã fria e cinza)

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Entre o brado e o sussuro


Como são bonitas as manhãs de julho.
Um sol fraco e o colorido das sombrinhas alvoroçando a cidade. Algumas nuvens, uma brisa cálida.
As manhãs parecem tímidas, moças recatadas, que entram pedindo licença, languidamente se derramando sobre nós.
E essa placidez se desfaz apenas com a chuva, mulher tempestuosa, que entra altiva, anunciando-se em brados, batendo portas. Redemoinhos de vento, de água fazendo correnteza, lavando e levando tudo. É a força do masculino presente.
E só a mulher pode sobressair perante a moça.


p.s: Para você, numa manhã de Julho em que não estavas.