sexta-feira, 18 de junho de 2010

Escritos de um passado longuiquo


Quantas pernas apressadas passam enquanto o rio passeia.
Quantas pontes cada um traz dentro de si?
As luzes da cidade cintilando no rio. Veículos apressados. Rostos cansados. Ruídos vários.
E o teu rosto me acena com a calma que trazemos dentro.


Isso foi num período em que havia calmaria dentro!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Monólogo - parte 1


Sinto falta de conversar com você sobre tantas coisas, aí penso que devo conversar comigo mesma, cada vez que abro o e-mail e repenso se devo escrever.
Penso que devo deixar-te em paz, caminhar e não olhar pra trás ao descer o caminho, como diz o poema que tanto gostas. Devo sentir tua falta e te deixar viver, assim foi minha escolha, não?
Tenho que aprender a ser grande.
Sabe, ainda sinto um frio na barriga ao esbarrar com a dona pelos corredores do navio. Percebo que me falta a ousadia nos olhos, aquele ar de superioridade e desafio, o apreço pelo gosto de sangue na boca.
Me pergunto se algum dia conseguirei essa superioridade.

Fragmentos


O rio que corre tão rápido, para além desta janela, parece nos deixar imóveis. Parece que ele corre mais rápido nos dias tristes, querendo dizer algo.

Eu, que sempre fui bem-vinda, cuja presença era sempre esperada, hoje não entro mais nos mesmos lugares, e nestes já não há vestígios físicos de minha passagem.

E esta dor, de onde vem? Porque se achega assim, de repente. Que vontade de fugir de mim mesma, dos meus pensamentos.

Divagando pelas ruas da capital


Domingo a cidade está aberta (diz a faixa).
E o meu coração?

Uma quarta-feira mais deserta


Hoje o deserto de almas parecia mais deserto.
E minha alma não estava.
(em 16 de Junho, numa manhã cinza e silenciosa)